quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

fevereiro

fevereiro já quase acabou, fiquei sem lantejoulas, sem fantasias, nem Carnaval. mas ontem ouvi um samba pra morrer. me sacudi sem parar e sorri. acho que no samba tem algo mágico que meus pés não acompanham a cabeça e me remexo toda, descabelada, respirando acelerada.

algo me alucinada quando ele me olha, me tremo toda e fico vermelha. não sei se vai, se vou, se fico, se dança. se dá.
não pude brincar com ele,que não acredita no Carnaval.

queria saber da gente, sem fugas e aqueles ventos bidirecionais que confundem tudo quando passam, mas também acabaria a graça, que o negócio bom são aqueles olhares perdidos que às vezes se encontram e que eu fico à noite a lembrar. lembrar e brincar com meus sonhos... inventando nosso amor.

sabe,o nosso amor vai ser lindo pelo que eu já planejei. depois de uma semana viajaremos pra Piri pra andar de bicicleta e você me falar um segredo de baixo da cachoeira. um segredo tão secreto que eu distraída não vou ouvir, vou estar rindo da sua cara molhada.
depois vou te mandar flores sem um cartão, em plena quarta-feira. e vou te entregar um mapa, que na sexta te leve pra mim, e vou lavar os cabelos e me enrolar nas suas pernas e braços e pêlos pela manhã.

sei que você tem medo de se perder, mas a vida é meio perda mesmo... e passa, passa assim, tão fugaz que a gente nem vê. e se você reparar, na hora em que nos encontrarmos já estaremos começando a partida, e o recomeço.

tudo acaba, como Fevereiro. mas há ainda um ano todo para nós.

(não terminei)
estou aqui nesta sala fria,cheia de computadores e rostos desconhecidos. todos frios e voltados pra sua própria vida,é hora de correr atrás.
estou sozinha como na maior parte dos dias,mas estou bem. consigo ficar feliz quando vou andando e o vento vai brincando com meu cabelo,acho que está tudo certo.
ainda assim,sendo tão simples estar bem,tem gente que não fica. todo mundo corre e não para pra prestar mais atenção às coisas,às nuvens. nada mais disso vale,só o que vale é um bom cartão de crédito com juros baixos.
será que tudo é o dinheiro?e será que ainda sorrio porque sou sustentada? não sei,mas não me parece ser assim...
quero estar bem,sobretudo. e qual a graça do mundo,se não for pra se sonhar e viajar por aí? fico viajando cada vez mais,em rostos,lendas,letras... coisas externas que viram minhas,que eu capto observando,que eu capturo.
não tenho mais medo do escuro e quero que ele me absorva,e eu consiga olhá-lo no fundo. olhar no fundo da medo,mas eu gosto de surpresas,eu preciso do inesperado pra não cair no tédio.
por que agora ficam criando rotinas e querendo que todos entrem em uma? será que essa organização garante uma vida tranquila? não tenho visto isso. vejo sempre o contrário... vejo que as pessoas mais organizadas são as mais frustradas,não admitem nada que saia fora do seu plano. e a vida é nossa mas não é. vive inventando coisas e criando situações... a vida não segue padrões e acho que quem vive sem planos consegue sofrer menos com as mudanças que a vida dá.

queria criar pra mim um novo tempo,aonde fosse possível cuidar de tudo e de mim. queria criar umas horas novas no dia,cada uma com sua função determinada. a hora de pintar as unhas do pé,a hora de ficar na piscina sem fazer nada... queria dar essas horas de presente.