'cause I can't even stop thinking about you.
acho que já to há tanto tempo sem escrever linha qualquer, que agora já nem sei mais o que dizer. mentira. sei o que dizer... mas é daquelas coisas que já disse por aqui e pra mim mesma num silêncio-pseudo-profundo tantas vezes, que vira uma repetição sem fim.
enfim, vou acabar repetindo a mesma estorinha de sempre... àquela na qual eu vivo presa, feito pássaro na jaula, desde que te conheci.
não lembro bem se fazia calor na época. devia fazer... pelo menos dentro do carro era quente. tampouco lembro de como estava vestida para a ocasião, só sei de seus comentários sobre meu cabelo...
naquela época você me achava meio brilhante. sei lá como, era coisa sua.
lembro me sentir muito segura com minha dor naqueles tempos, tão segura que era capaz (e acho que até o fiz) de jurar que por você não derramaria uma lágrima.
mas aí começaram as madrugadas, os pedaços de noites estreladas, os lugares mais surreais e todos ali, com você.
você descobriu meu ponto fraco, as surpresas.
e quando parei pra olhar, eu já estava voando aaaaaalto, perto da lua, num espaço sideral vendo planetas e não tinha volta.
morri de medo de ver que não tinha volta e comecei a arquitetar vários planos de voltar pro chão. todos em vão. cada vez que voltava, você me dava a ponta dos dedos longos e eu ia pra qualquer lugar que fosse...
procurar buracos escondidos na via-láctea.
até que o dia chegou. o dia que você foi viajar sem mim. e eu comecei a achar buracos de dentro, espaços vazios...
meu coração que antes estava sempre engarrafado e cheio de você, estava sozinho agora.
como se as ruas sempre estivessem vazias, como se ali, nunca tivesse havido carnaval.
mas claro, a besteira foi minha em acreditar que poderia haver festa o ano inteiro, e que em qualquer dia comum você pudesse voltar a aparecer, ou a sentir qualquer coisa...
a besteira é minha, de ainda esperar que um dia o universo gire, tudo acorde de ponta cabeça e você esteja ali, acordando com o cabelo bagunçado e vendo desenho animado comigo de manhã. como já tive o gostinho, tão rápido de experimentar.
e depois me puxando pela mão pra me mostrar algo a mais... sempre surpreendente.
sempre novo. sendo dia, ou sendo noite.
(a música que acompanha o texto)