De repente ele olha com a cara de quem sabe de tudo, mas fica calado. E ela começa a rir, porque dá vontade de encher as bochechas dele com beijinhos. Mas não, ela vai ficar só rindo e vai arranjar um ponto de fuga bem rápido pra desviar o olhar. Ela sabe que ele sabe de tudo quando olha os olhos dela, e ela não ia aguentar ele vendo toda aquela confusão de quando ela tem vontade de cobrir ele de beijinhos.
Ela já nem sabe pra onde está indo, mas ela vai... Parece que tem música chamando, e ela vai como quem sai dançando por aí na Primavera, desligada do mundo, atenta aos arranjos.
Ela acha que foi ele que trouxe as flores, e o gosto de canela que está no ar. Mas ele nunca acredita.
Ele não vê.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Mas é ela...
Agora nem tem mais porque sofrer. Da outra vez até tinha, até não se sabia o que era, e sofrer estava liberado. Mas agora você sabe o que é. Não se engane com os beijos jogados no ar e as tardes no sofá da sala. É ela. Por mais que você não saiba quem ela é. É ela, e por isso não é você. Por isso que não vai ser. Por isso pare agora. Não tente acompanhar a corrida de um corredor, seu esforço, seu grande amor, não vão levar troféu pra casa. Nem a chuva na hora certa, nem a escolha das palavras. É ela. E seu tempo não é nada. É ela. Mesmo depois da sexta, sábado e domingo. Tão lindos... Mas é ela. E dessa vez não tem desculpa pra não entender. Pode ser doce, que não vai acontecer. Então deixa... Vai que uma hora alguém olha... E é você, d'outro.
He owns my spring...
Quando amanhece e o chão se enche das flores lavanda trazidas pelo vento da janela aberto, eu as deixo lá. É primavera por aqui, e não há porque varrer o chão. Tem gosto de baunilha... E tem Louis Armstrong entupindo meu ouvido. Ando descalça pela casa, com unhas amarelas. Ando na janela, sem roupa alguma.
Ah, é primavera... E é toda dele, ela.
Ah, é primavera... E é toda dele, ela.
E embaralho-me no chão junto às flores. Sussurro o nome dele baixinho. Me sinto temperada - mas não confunda com salada - é que não me falta frio, nem calor. Tenho dos dois e ainda mais meus cabelos, cobrindo os botões.
Ah, primavera... Quando é que ele chega pra decoração? Para o coração tocar um samba, e a transa tocar a alma?
Vou desmembrando aos poucos as pétalas de cada flor, jogando pra cima e fazendo chuva, e soltando perfume por aí. Trago nos dedos muitos anéis. E é só também o que trago. Não preciso de nada que me prenda, repito sem parar.
Vou deslizando fazer chá de canela e colocar incensos pra queimar.
Só falta ele com a chave.
E o regador.
Ah, primavera... Quando é que ele chega pra decoração? Para o coração tocar um samba, e a transa tocar a alma?
Vou desmembrando aos poucos as pétalas de cada flor, jogando pra cima e fazendo chuva, e soltando perfume por aí. Trago nos dedos muitos anéis. E é só também o que trago. Não preciso de nada que me prenda, repito sem parar.
Vou deslizando fazer chá de canela e colocar incensos pra queimar.
Só falta ele com a chave.
E o regador.
domingo, 2 de setembro de 2012
Mania de mexer
Acho que são poucas as coisas que eu deixaria como já são. Na maioria eu tenho vontade de dar um toque. Até nas lembranças...
Onde não tem música eu coloco.
Onde não tem música eu coloco.
Gente que a gente gosta
(e sonhos que não podemos sonhar).
Faz uma semana hoje.
Há um domingo atrás
Estava acordada
E lá de casa via o mar.
Lindo, lindo...
Meio adormecido de preguiça.
Tive vontade de brindar ao dia tão laranja
Aquela cor bonita dessas horas da tarde.
Fui tão bem acompanhada,
Que um brinde foi pouco
E no final já eram mais de duas,
As garrafas vazias no chão.
No final a cerveja já era tão pouca
Que tive de adicionar beijos
Às palavras sem-fim que iam se escorrendo
No passar do tempo.
Quando se viu já tava tarde
E você se foi.
Como é que alguém se vai e fica?
E me deixa tão sozinha
No meio de tanta música,
De tanto sonho que não posso sonhar.
Há uma semana estou dormindo
E você por aí,
Em outro bar...
Eu te vi sair do sonho,
Mas não consegui acordar.
Dá pra gritar pra mim daí?
Que eu vou despertando...
Às vezes até vou à praia,
Mergulhar no mar salgado,
Jogar areia nos sonhos.
Faz uma semana hoje.
Há um domingo atrás
Estava acordada
E lá de casa via o mar.
Lindo, lindo...
Meio adormecido de preguiça.
Tive vontade de brindar ao dia tão laranja
Aquela cor bonita dessas horas da tarde.
Fui tão bem acompanhada,
Que um brinde foi pouco
E no final já eram mais de duas,
As garrafas vazias no chão.
No final a cerveja já era tão pouca
Que tive de adicionar beijos
Às palavras sem-fim que iam se escorrendo
No passar do tempo.
Quando se viu já tava tarde
E você se foi.
Como é que alguém se vai e fica?
E me deixa tão sozinha
No meio de tanta música,
De tanto sonho que não posso sonhar.
Há uma semana estou dormindo
E você por aí,
Em outro bar...
Eu te vi sair do sonho,
Mas não consegui acordar.
Dá pra gritar pra mim daí?
Que eu vou despertando...
Às vezes até vou à praia,
Mergulhar no mar salgado,
Jogar areia nos sonhos.
Quando eu comecei a chorar demais
Não sei o que houve nessa manhã, que começou tão normal como outras. Não sei o que me fizeram as coisas que li, aqui, em pé no trabalho. Acho que é essa coisa de identificação que mata a gente... Eu tenho isso e cada vez que me identifico com alguma coisa parece que estou morrendo um pouquinho. Começo a sofrer as alegrias, tristezas, tudo, tudo o que a pessoa ou coisa ou animal com a qual me identifico sofre.
É muito louco, já que boa parte do meu tempo eu passo racionalizando tudo, criando mil teorias que me dêem alguma segurança, alguma fé em qualquer coisa que seja. E do nada, eu sinto as coisas mais intensas dos lugares menos prováveis. Eu olho a rua da frente, não tem nada, os carros passando, as pessoas indo comprar pão, fazer pé-e-mão, nada demais... Depois, alguma coisa dá um PLIM, eu olho a rua e ela já parece cheia de coisas, são as mesmas, nada mudou, mas ela parece cheia. O mundo parece tão delicado e eu choro por ele. E choro pelas pessoas e pelo Sol, mesmo sem saber se deveria chorar por coisas assim. Eu vou e choro muito por histórias que não são minhas, por vidas que não vivi ou vi.
Eu poderia chamar esse desabafo de "Quando o coração aperta III", já que de uns tempos pra cá ele não aliviou um segundo, mas mudei o título porque comecei a escrever entre o choro.
Eu desde que menstruei pela primeira vez, comecei a chorar demais. Quando criança era dura na queda, chorava por nada. Ria que só da minha vó, minha tia e minha mãe que qualquer comercial de margarina estavam emocionadíssimas com as lágrimas escorrendo. Mas foi isso, veio a menstruação e acho que toda essa coisa hormonal maluca de ciclos me deixou igual à elas - uma manteiga derretida -.
Mas não veio só o choro, acabei ficando realmente emocionada. Acho que o choro, inclusive, é mais consequencia da emoção. Das coisas tão bonitas, ou tão tristes que não consigo entender. Fico achando o mundo muito louco, sempre. Não consigo acompanhar, e talvez por isso eu crie tantas teorias e perguntas, tenho medo de ficar maluca sentindo tanta coisa e entendendo tão pouco o porque de tanto sentimento. Aí penso, penso e penso pra ver se chego em alguma verdade que me segure no chão. Mas não segura, que hora ou outra a chaleira aqui de dentro ferve e a emoção escapa da caixinha da teoria. Pronto, me descontrolo e fico só emoção.
O estranho é ela ter vindo à tona hoje. Já estava sentindo esquentar há uns dias, mas achei que ainda esquentaria muito mais e a emoção viria em uma hora mais significativa, não em uma manhã qualquer, no trabalho.
Enfim, nem sei direito o que escrevi... Faz tempo que não escrevo sem pensar e vou só digitando. Mas tudo bem, que isso não é um texto. É um desabafo. Se eu tirasse fotos, viria como fotos desfocadas e sem sentido. Se eu tocasse, seriam notas sem ritmo e frases soltas, desamarradas de canção. Isso é só pra controlar um pouco o choro.
É muito louco, já que boa parte do meu tempo eu passo racionalizando tudo, criando mil teorias que me dêem alguma segurança, alguma fé em qualquer coisa que seja. E do nada, eu sinto as coisas mais intensas dos lugares menos prováveis. Eu olho a rua da frente, não tem nada, os carros passando, as pessoas indo comprar pão, fazer pé-e-mão, nada demais... Depois, alguma coisa dá um PLIM, eu olho a rua e ela já parece cheia de coisas, são as mesmas, nada mudou, mas ela parece cheia. O mundo parece tão delicado e eu choro por ele. E choro pelas pessoas e pelo Sol, mesmo sem saber se deveria chorar por coisas assim. Eu vou e choro muito por histórias que não são minhas, por vidas que não vivi ou vi.
Eu poderia chamar esse desabafo de "Quando o coração aperta III", já que de uns tempos pra cá ele não aliviou um segundo, mas mudei o título porque comecei a escrever entre o choro.
Eu desde que menstruei pela primeira vez, comecei a chorar demais. Quando criança era dura na queda, chorava por nada. Ria que só da minha vó, minha tia e minha mãe que qualquer comercial de margarina estavam emocionadíssimas com as lágrimas escorrendo. Mas foi isso, veio a menstruação e acho que toda essa coisa hormonal maluca de ciclos me deixou igual à elas - uma manteiga derretida -.
Mas não veio só o choro, acabei ficando realmente emocionada. Acho que o choro, inclusive, é mais consequencia da emoção. Das coisas tão bonitas, ou tão tristes que não consigo entender. Fico achando o mundo muito louco, sempre. Não consigo acompanhar, e talvez por isso eu crie tantas teorias e perguntas, tenho medo de ficar maluca sentindo tanta coisa e entendendo tão pouco o porque de tanto sentimento. Aí penso, penso e penso pra ver se chego em alguma verdade que me segure no chão. Mas não segura, que hora ou outra a chaleira aqui de dentro ferve e a emoção escapa da caixinha da teoria. Pronto, me descontrolo e fico só emoção.
O estranho é ela ter vindo à tona hoje. Já estava sentindo esquentar há uns dias, mas achei que ainda esquentaria muito mais e a emoção viria em uma hora mais significativa, não em uma manhã qualquer, no trabalho.
Enfim, nem sei direito o que escrevi... Faz tempo que não escrevo sem pensar e vou só digitando. Mas tudo bem, que isso não é um texto. É um desabafo. Se eu tirasse fotos, viria como fotos desfocadas e sem sentido. Se eu tocasse, seriam notas sem ritmo e frases soltas, desamarradas de canção. Isso é só pra controlar um pouco o choro.
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