quarta-feira, 30 de março de 2011

there are other beards, this is a fact. and this smell feels so good at my hand, spending time at my neck...
but why it's not the same feeling? i thought i had left it here when i left

it's gonna be like this now? everything so senseless...

quinta-feira, 24 de março de 2011

acho que vou inventar uma história pra ter com o que sonhar. ou uma nova vida, quem sabe...
pra mudar minha vida tenho que deixar o que? por onde começo a ir embora?
tenho que cair na estrada. ir pra algum lugar aonde ninguém me conheça... passar uns dias sozinha, ou sozinha com pessoas novas. sinto falta do calor, de estar sempre fervendo e esperando explodir. ficou tudo tão banal, uma rotina tão tranquila que não estou mais aguentando. o equilíbrio é tão chato. é como se conformar com tudo e se sentir normal com isso. tudo está onde deveria estar, tudo se encaixa perfeitamente. não, eu não consigo. preciso de emoções mais fortes, cortes, gritos... preciso de algo que me instigue a toda hora, nem que instigue só minha impaciência. não faz sentido algum ficar aqui, chegando nos mesmos lugares. preciso de um up!


tenho uma fome incontrolável.
tem um silêncio que não me deixa dormir...
está tão calmo esses dias, que me atormenta.
não sei se quero dormir.
preciso de um canto, algo que me caiba.
preciso ouvir algo novo.
gritem!
gritem!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Valentina de Botas

senti que deveria ser ousado, mas delicadamente sensível.
como lágrimas marcadas por rímel escorrido.
mas sem se vitimizar demais e chorar demais, deveria também ter aquele ar de mulher que sobe no salto e a partir daí ninguém segura.
alguma mistura punk dos subterrâneos às 4 da madrugada regados de uísque com um toque de café às 4 da tarde.
deveria ser doce e inebriante como um perfume e efervescente, pronto para disparar pro infinito e gritar na noite.
muito calor...
aquela coisa quente que corre por dentro, não pede licença e sai em busca de qualquer aventura, qualquer passatempo, mas que vê com olhos nostálgicos de quem está no passado.
meio dança, meio inferno astral, meio psicologia barata e bitucas de cigarro.
e muita beleza nisso tudo, uma beleza desconexa.

terça-feira, 22 de março de 2011

E: -ahhh, se você não contar, ninguém precisa saber.
V: -mas cade a graça nisso?
E: -é a de guardar um segredo.
E: -ó, agora vou começar a falar baixinho, depois só vou ficar te olhando e aí não se diz mais nenhuma palavra.
V: -mas como eu vou entender pra continuar?
E: -você não entende, você sente.
V: -masss....
E: -shhh.

quase isso

fiquei lá... te esperando na porta, só de calcinha. como já fiz com tantos outros, como sei que ainda farei. mas isso não muda nada, porque ali, naquela tarde, eu estava lá só por você.
esperava enquanto fumava um cigarro, como se ele pudesse me trazer calma.
você, você era a única coisa que poderia me trazer calma. mas não, você foi embora sem despedidas, saiu correndo quase despido, quase culpado por ir me deixando lá.
quase. essa era nosso problema... você quase se apaixonou quando me viu prendendo o cabelo propositalmente bagunçado naquela viagem, e quase se deixou ir nadar pelado comigo no rio à luz da noite escura.
você quase quis voltar atrás pra pelo menos olhar minhas pernas mais uma vez, e me ouvir gritando sobre nós como uma louca no hall do elevador.
mas como a vida, seu tempo era curto demais para mim, você me amou como se fosse máquina e como se o despertador já estivesse tocando alto.
engraçado é que mesmo sabendo que você já ia correndo de novo, pra não voltar mais, eu esqueci do tempo e fiquei lá parada. sei lá por quantas horas, ou dias.
acho que parte dessa espera foi só pra não me igualar a você. poder mostrar pra mim, que eu posso parar, fechar os olhos e escutar. coisa que você não pode.
não quer ou não quis...

mas sei lá, agora também já andei pela casa... e dei uma volta no espaço sem te procurar nele.
-É, acho que esse é o final... você espera algo de mim que eu não sou e eu espero algo que você não é.

De qualquer forma nunca aprenderia a amar de menos.