esperava enquanto fumava um cigarro, como se ele pudesse me trazer calma.
você, você era a única coisa que poderia me trazer calma. mas não, você foi embora sem despedidas, saiu correndo quase despido, quase culpado por ir me deixando lá.
quase. essa era nosso problema... você quase se apaixonou quando me viu prendendo o cabelo propositalmente bagunçado naquela viagem, e quase se deixou ir nadar pelado comigo no rio à luz da noite escura.
você quase quis voltar atrás pra pelo menos olhar minhas pernas mais uma vez, e me ouvir gritando sobre nós como uma louca no hall do elevador.
mas como a vida, seu tempo era curto demais para mim, você me amou como se fosse máquina e como se o despertador já estivesse tocando alto.
engraçado é que mesmo sabendo que você já ia correndo de novo, pra não voltar mais, eu esqueci do tempo e fiquei lá parada. sei lá por quantas horas, ou dias.
acho que parte dessa espera foi só pra não me igualar a você. poder mostrar pra mim, que eu posso parar, fechar os olhos e escutar. coisa que você não pode.
não quer ou não quis...
mas sei lá, agora também já andei pela casa... e dei uma volta no espaço sem te procurar nele.
2 comentários:
Como sempre, seus textos são incrivéis. Um pouquinho de voce, um pouquinho de mim. Um pouquinho do mundo.
Esse é um dos meus preferidos (:
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