terça-feira, 21 de agosto de 2012

Quando o coração aperta

Quis escrever de um jeito novo, porque o velho já não me basta... Já não me explica.

Estava lendo um texto de uma amiga e me apertou o peito. Aperto no peito vem sendo uma sensação cotidiana, mas parece que nesse momento de leitura aumentou um pouco. Senti que minha amiga estava sofrendo do mesmo aperto no peito e também deveria estar com os olhos cheios na hora em que escreveu. Acho que por isso dessa vez doeu mais. Lidar com meu coração apertado é difícil, mas já é conhecido, mas saber que ela está se sentindo assim e eu estou longe é terrível, quase insuportável.
Acredito que sempre deveríamos estar com o melhor amigo do lado na hora dessas dores do coração, aquele que vai te botar no colo, que nem mãe, mas que não vai julgar nada, vai só ouvir e inventar alguma coisa pra dor passar por hora.
Se eu estivesse no Rio, ainda que meu coração esteja cansado, sem dúvidas começaria o dia chamando minha amiga pra ir comer em alguma padaria num lugar diferente, bem cedinho (mesmo sabendo que ela não gosta muito de acordar cedo). Faria isso com uma teoria maluca que explicaria pra ela, de que pro coração desapertar, a primeira coisa que devemos fazer é colocar o corpo de pé. Aí faria aquela brincadeira de que "saco vazio não para em pé", ela iria rir e falar que eu estava certa. Depois do café eu falaria pra gente pegar um ônibus sem destino. Então explicaria que isso era pra ela entender que a vida é assim, a gente pode escolher o caminho, mas nunca vai saber por onde vai passar e qual vai ser o lugar da chegada. Quando chegássemos no último ponto, seria a hora de voltarmos, as voltas sempre são muito importantes. Sempre devemos saber que é possível voltar, de qualquer lugar em que estivermos.
Para finalizar, levaria ela pra praia. Eu sei o quanto ela gosta do mar, e a água é uma grande professora na vida. O ciclo da água, a espera pra chover, pra evaporar, o mar que leva, que trás, que nunca está igual. Seria a hora de tomar um banho nele e afundar o ouvido até que não se escutasse mais nada, só o coração. E deixasse que ele fosse batendo leve, como o mar calmo no fim de tarde. Falaria pra ela tentar manter o ritmo calmo do coração até a hora de dormir, e que dormisse sem pensamentos.
Hoje seria um bom dia para estar no Rio. Ainda que por aqui faça sol, tenha praia e padaria. Hoje seria um bom dia pra estar com minha melhor amiga.

Um comentário:

Marcela Picanço disse...

Chorei mais do que todos os litros que eu tenho chorado, mas dessa vez foi diferente porque eu senti que você tava aqui comigo. E eu senti uma felicidade enorme só porque você existe e porque eu sempre posso correr até você. Foi tudo que eu queria ouvir (: Como eu já disse, como um abraço à distância. Tudo que eu precisava. Obrigada por todos esses presentes em forma de palavras. Eles são os mais especiais, sempre.