quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

voracidade

(...) Ontem senti na pele a fome.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Você não tem medo de mim









Eu sei
Eu sei que não era pra eu ser assim
que eu devia tomar as doses nas horas certas
Eu sei que eu devia dormir boas noites de sono
e que eu devia fumar menos
escovar os dentes com pastas pra gengivas sensíveis
e perambular menos na rua quando todo mundo já foi
e não me jogar tanto quando alguém me abre os braços
e beber menos
e amar menos
eu devia parar

e pensar menos
eu sei que eu devia pensar menos
e falar menos
eu sei que eu devia falar menos
pra viver mais
eu sei que eu devia viver menos
mas eu não sei viver menos


" Você não tem medo de mim, você não tem medo de mim... "

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Dos meus amores







Da série dos meus mais sinceros amores e das minhas maiores saudades.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

One heArt

Fiquei meio obcecada por essa poesia depois de vê-la no filme Flores Raras e é aí que entra o que
vem a seguir. My english sucks but that's ok.... haha


Primeiro a vergonha alheia que sentirei quando ver isso no futuro:






E agora a poesia lindíssima:

One Art - Elizabeth Bishop

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
 
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.



Porque afinal, todos estamos sempre lidando com perdas, but see: It's not that hard to master.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

If you a get a feeling the next time you see me do me a favor and let me know

Em alguma realidade nós ficamos juntos? Quero viver nela. Se você diz que a gente nunca experiencia a própria morte, não quero experienciar a morte desse amor também. Vou fugir pra essa realidade em que ainda somos nós.
Dá pra ir pra ela agora? Nessa você fica?





segunda-feira, 11 de novembro de 2013

dia Onze

I wish I was like a movie for you.

Eu queria ser como um filme pra você.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

dia Sete

Hoje tá nublado:
eu e céu.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Nossos corações nunca estão na gente.
Vamos nos apaixonando assim, sem querer, sós e, só num olhar... Nessa lá vai o coração, tentando habitar outro espaço, fazer parte d'outro corpo.
Fica nessa dança psicodélica e ilusória. Por que amar é sempre meio ilusão. O outro é  muito do que a gente cria. É sempre quem não é.
Pior, não existem mapas! No amor estamos sempre perdidos e na busca... Do olhar, da certeza, da casa. Sem saber totalmente se quando nosso coração for morar lá no do outro, o do outro vai vir morar no nosso. E é um risco ficar sem coração pra bater.
Mas a gente arrisca, porque o coração é incontrolável. É teimoso e inadestrável. Aí compra passagem, passa o telefone, tenta morar junto, junta os corpos, tira fotos, faz tatuagens e reza.
Reza para que o coração vá, enquanto o outro vem, e não tenha que voltar para nós.



Reescrevi e reafirmo!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Adiós, sweet Stranger

Prometo não te esperar.
Mesmo quando sonhar forte com você.
Insisto,
Vá.
Que a vida sempre foi ida
E você nem é mais o mesmo
Do verão atrás.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Se for pra amar, que assim seja...

Não. Não penso em nada com clareza. Meu raciocínio é falho devido à quantidade de compreensões que posso ter ao mesmo tempo e à quantidade de coisas que, geralmente, quero.
É o seguinte, não é que eu ache que você não me ama... Só acho que na minha louca concepção sobre o amor, isso que você sente é pouco.
Não, claro que não estou menosprezando seus sentimentos – Afinal você poderia estar por aí, só com seus conflitos e, no entanto está aqui escutando os meus – mas é que eu tenho essa ideia meio louca do amor. Meio drástica.
Eu acredito que as pessoas devem ser livres e saírem e viajarem e conhecerem outras pessoas. Mas acho que dentro dessa liberdade tem que vir a vontade do outro. Não por obrigação – ela é minha/meu namorada (o) ou coisa parecida – e sim por um querer real, de amigo, de reconhecer em uma pessoa uma coisa que te faz querer estar perto. Só que não pode ser um querer comum, banal... Tem que ser uma vontade meio absurda de estar junto e ir junto pra onde for. Do inferno, ao céu ou à China. E tem que ter calor entre os dois, arrepio. Falar de amor entre os beijos, entre os choros... Com os olhos... Os corpos têm quase que precisar um do outro, como uma ligação magnética.
Sabe, não é só transar 24 horas, é ficar na cama de cafuné, se enrolando e rindo. Esquecendo um pouco do mundo e sonhando... Sonhando com o outro e um cachorro, um papagaio, sei lá... E vocês tomando uma cerveja numa cidade do interior, só vocês, compartilhando um segredo, um lugar... E ele te olhando enquanto você olha o mundo pela janela. Te olhando com vontade, meio deslumbrado. E você olhando pra ele como quem entende seus silêncios. Como se tudo fosse novo. Porra... Comé que você não sonha assim comigo? Sonhar só com o que é possível não faz sentido algum!
Sei lá, eu quero muito a liberdade. Eu me quero muito. Mesmo dentro da minha loucura. Mas eu também quero um amor-total! E os gritos e a muita vontade e esquecer um pouco do mundo. Eu quero um outro que seja tanto minha casa quanto eu. Porque como dizem, pra casa a gente sempre volta.
O que eu quero dizer, é que se um dia chegarmos ao nível de você ser minha casa e eu a sua, não vai ter mais medo e cada um vai poder ir pra onde quiser sozinho. Só que nesse dia, a gente vai dar a mão e querer levar o outro junto.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Num corpo só

Essa coisa de nudez não existe.
O que existe são braços, mãos, cabelos, seios e
seus diferentes mamilos.
Pés...
O que existe é corpo,
composto,
em sua essência,
pelos mesmos componentes...
Febres, dores, odores...
O que existe é pele,
é pelo.
Nada de errado, nada estranho.



Nudez é tirar a roupa?
-Nudez é se vestir da gente!


domingo, 4 de agosto de 2013

a gente

Adoro pequenos detalhes. Como ver que você comprou um livro que eu gosto há anos atrás na livraria que eu ia. A livraria fechou, mas agora esse livro está nas minhas mãos e eu nas suas.
A gente se compartilha.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Versos ao vento vão...



Tem dias que a gente acorda assim: querendo florir e querendo calar.
Querendo voar e com medo do que pode se perder no vento.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

...

Sonhei com um frio que não existe e com um calor que não tenho.

domingo, 7 de julho de 2013

Foi

Um pouco de mim foi deixado por aí, quando andei com você.
Fomos a tantos lugares... Incrível! Incrível como a alma nos leva por vários caminhos. Caminhos que atravessam noites, dias, sonhos, realidade, eu, você... Ausências, abraços. Distância e tato.
Teto.
Um pouco de mim foi deixado no teto, de cabeça pra baixo. Quando você entrou no quarto e quando saiu. Um pouco foi deixado nas memórias tão presentes do quase; E na esperança, tão latente, das surpresas da vida.

Com você

Queria estar te namorando agora
Como se não tivesse hora
Para acabar.
Você viesse para um beijo apenas
Mas quando olhasse pro relógio era tarde
E cê ficasse pro jantar.
O mundo podia acabar no quarto
Se tivesse geladeira ou um frigobar.
Eu nem ligaria pra mais nada
Se eu virasse para o lado
E você tivesse lá.
Na verdade nem teria medo
Se o mundo explodisse
E você tivesse aqui.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

O amor nem precisa estar aqui pra ser amor

Quando me encara e desata os cabelos não sei se ela está mesmo aqui...

Ele me cantava isso, porque por mais perto que eu estivesse, estava sempre lá. Sou um astronauta. A vida vêm pra mim de formas diferentes. Eu sinto amor, amor que pega pelas mãos e quando vamos ver já nos levou pro meio da avenida, pro meio do mar, pro fim do mundo. Eu sinto, sinto todo esse amor. Agora, por você. Mas é certo, nunca nos encontramos no mesmo espaço, ao mesmo tempo. Até nossos gozos, por mais intensos, e apertados para que ouvíssemos o bater de nossos corações além da respiração acelerada, eram descompassados. Pois nunca pude me livrar totalmente de mim, por mais entregue que estivesse, o mundo sempre gritou alto em meus ouvidos, dizendo que tem muita vida aí afora. E que não posso me demorar. Que o tempo, meu amor, corre! E que esse planeta ainda é grande para alguém pequena como eu. Que pra acompanhar e triplicar meu tamanho, não tem doce nenhum de Alice, a única saída continua ser viver, intensamente, a liberdade que se colheu e guardou nas mãos.
Ele sempre foi incrível, pois mesmo me entregando seu coração, me deixou livre pra continuar com o meu, sempre curioso pelas cores novas que apareciam pelo dia, sempre encharcado de amores... Por mais que nem sempre fosse só por ele. Por mais que não soubesse quem era eu quando me jogava em sua cama e o amava durante horas. Ele teve coragem de me dar todo o seu amor, sem receber agradecimentos, e eu, mesmo nunca estando "lá", nunca dei a ninguém tanta segurança, quanto dei a ele. E mostrei que mesmo vivendo em espaços paralelos, amá-lo de longe, foi a prova maior do amor.

- Oi, posso te contar do meu coração?

Já fazia uns três meses que ele não saía da cama, que não comia direito e nem falava nada. Mas tanto faz... Quando eu era criança, sempre que ele me via queria saber do meu coração, assim, toda vez que o visitava deitava bem pertinho dele, abraçada, só pra contar do meu coração.
Começava assim, "Vô, posso te contar do meu coração?", como eu disse ele não falava mais, mas piscava os olhos, como que assentindo. Então comecei...
-Engraçado, é só nesses nossos encontros que eu me lembro de pensar sobre meu coração. Cê sabe como é, no dia a dia tem tanta coisa acontecendo que nem lembro que ele bate. É tão natural, que esqueço. Mas bem, vamos ver... Se não me engano da última vez por aqui meu coração andava agitado, não porque minha vida estava cheia de emoções. Pelo contrário, ele andava agitado pela inércia em que tudo estava. Estranho, né? Eu estava tão preocupada que a inércia durasse pra sempre. Sou muito exagerada, bem que você sempre falou... Então, a inércia foi embora, como eu tenho certeza que você sabia que ela iria. A gente nunca sabe mesmo o que vêm depois da curva, né? Acho que mesmo que tenhamos mil dias iguaizinhos, sempre chega uma hora em que algo acontece e a vida recomeça dentro da gente. Me pergunto se a vida ainda recomeça dentro de você também, mesmo deitado aí, em cima da cama... Bom, deixa eu continuar... Apareceu alguém. Você ainda não conheceu ele, mas não deve demorar, prometo! Ele apareceu como qualquer pessoa que a gente vê andando pela rua, sem prestar muita atenção, sem se aproximar... Mas foi por pouco tempo, de repente ele se fez notar e quando eu fui ver estava ali, sem saídas. Fiquei morrendo de medo. Enterrei fundo meus cadarços no chão com medo de sair voando por aí, levada pelo amor de novo. Me agarrei em tudo que não gostava nele. E inventava a toda hora mais coisas pra não gostar. Hahahaha, coisa de maluca, né? É. Eu sei que você deve estar achando... Mas então, não durou muito tempo meu "controle", ele insistiu em ir ficando, mesmo se eu falasse que ia pintar o cabelo de verde, e foi rindo de mim, como um amigo de muito tempo. Aí não teve jeito, saí pelos ares e no céu era tudo lindo, tudo ele. E quando quis ter medo de novo, achando que ia cair sem paraquedas, sem asas, ele me deu a mão. Falou que caía comigo. Desde então a gente tá junto. E dessa vez eu sinto meu coração iluminado, mas não por luzinhas de Natal, que piscam e apagam... Agora eu sinto o Sol dentro de mim e não tenho medo do calor. É assim, vô... É assim que tá meu coração...
Continuei deitada com ele em silêncio, seus olhos já fechados e a respiração fraca. Quis imaginar que da mesma forma que me aconteceu, como mágica, a vida dele começaria novamente e eu escutaria ele dizendo alguma coisa. Só que ele permaneceu lá, distante... Perto de mim, mas perdido nele mesmo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Os presentes...

O que importa é a fluidez...
No dia do aniversário, as mulheres deveriam ser presenteadas com um vestido leve e bem fluído. Logo pela manhã, algo que caia sobre o corpo dela e vá acompanhar todo o seu dia.
O dia também deve ser fluído... E passado no meio do mato, com poucas coisas e algumas músicas para embalar. Banho de cachoeira. Ah, isso é essencial pra entrar com a cabeça boa no novo ano. A aniversariante deve ser regada de beijos, ao acordar e ao adormecer. O que não dá é dar espaço. O maior presente sempre será o presente de ter quem te quer bem do seu lado, indo... Indo te levar pra ver o sol se pôr. Indo te contar um segredo debaixo d'água. Indo te amando, dos pés à cabeça. Não há festa melhor que isso. Não há roupa que vista tão bem quanto a liberdade. Aniversário não devia ser dia de encontro com muitos. Apenas com você mesmo, em uma estrada esburacada, vendo os postes fazerem sombras no caminho. Aniversário também não é dia para te provarem nada, é dia para caminharem ao seu lado, inventando caminhos. Indo. Lindo. É um dia que deveria ser lindo, procurando a beleza que tem no mundo fora de casa. E descobrindo a beleza no mundo de dentro, que ganhou mais um ano, que está aí... Vibrando! Em busca... Sempre.

terça-feira, 7 de maio de 2013

tudo ou nunca mais

- Olha bem pros meus olhos agora! Olha e grava a cor dele que vai mudando durante o dia. Olha e guarda essa lembrança deles encharcados. Agora que já caíram, já não são mais minhas essas lágrimas, são suas. Então guarda elas e o sufoco que veio junto. E as pontas molhadas dos meus cabelos. Grava minha voz sussurrando baixinho pra você me amar, escandalosamente. Escuta com atenção os meus passos indo. Eles não voltarão. E daqui a dois meses me amaldiçoe, com todo fervor, por eu ter te deixado. Se amaldiçoe ainda mais por não ter feito disto um amor. E quando a raiva passar, me deseje boa sorte. Me deseje bons encontros. E me deseje o que me fez falta em você, num outro alguém, tudo. Me deseje tudo e eu te perdoo por me perder...

Let's get lost

Em qualquer lugar,
até na esquina
Ou no meio de um barco,
no meio do mar.
Vamos nos perder num show,
entre mil outros
E nos reencontrar
pra ir embora.
Vamos viver de floresta
e esquecer um pouco do mundo
E olhar nos olhos, fundo,
quando ao redor não existir mais nada.
Principalmente quando não existir mais nada...
Vamos nos perder.

domingo, 28 de abril de 2013

o que fiz do escuro

Me espalhei em luzes e dançava pela sala. E ia, e fugia, e misturava. Eu devia estar levitando. E olhava pra você. E olhava para você. Era lindo e tão distante... Eu era luz e só podia passar por você, iluminando. Você queria me sentir, mas eu era luz. Eu fui luz.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

ôunnnnnnn

Uma coisa é certa: é preciso de muito café pela manhã pra se aguentar essa vida...

Aqueeeeele abraço!

Pessoas incríveis que se tornam previsíveis demais.
É aí que vaza todo o tesão.

sábado, 30 de março de 2013

O casamento

Comecei a me arrumar lá pelas quatro da tarde. O casamento era só às oito mas tinha aquele ritual de salão de beleza: cabelos, pé e mão, sobrancelha, maquiagem... Depois ainda tinha que colocar o vestido, a meia-calça, a calcinha certa que não marca, tentar não acabar com o penteado e por fim calçar os saltos. Tudo corria bem, até umas seis horas, quando o telefone tocou e depois de alguns minutos veio minha mãe falando, "Cê não acredita, seu primo vai!".

Eu mal lembrava do meu primo. Até então tínhamos nos visto duas vezes na vida. Uma no meu aniversário de um ano, do qual não me lembro de nada fora o que foi filmado e outra vez quando estávamos com quatro anos e ele foi à minha casa. Ele mora na Califórnia, então não foi nada legal quando eu o vi aos quatro; não dava pra brincar com alguém que não entendia uma palavra do que eu dizia. Fim. Nosso contato acabou aí, depois dos meus quatro anos nunca mais tive notícias dele até uns seis meses antes do casamento quando acabamos nos achando na internet. Falávamos pouco. Eu achava ele bonitinho pelas fotos que via, mas nada demais.

Bom, eu sabia que ele estaria na cidade na época do casamento, mas não tinha certeza se ele iria. Então acabou sendo um choque quando minha mãe falou aquilo. Um choque bem maior do que gostaria. Desse momento em diante, todo o simples ritual da arrumação se complicou. Eu não sabia mais se o vestido era bonito o suficiente, comecei a detestar meu penteado, tremia... Um horror. Pior ainda pelo fato de que sou um desastre com salto alto, e no meio daquela crise nervosa ainda tinha que me preocupar em não cair.

Ok, consegui chegar na igreja intacta, tentando transparecer a maior calma do mundo. Afinal, ele era só um primo de longe. Qual o problema? Fiquei repassando esse pensamento na minha cabeça várias vezes e tentei me ocupar conversando com os convidados que iam chegando. E a hora passava, a igreja enchia, eu repetia meu mantra, mas nada dele chegar. Comecei morrer de raiva. Dele e, principalmente, de mim. Às vezes ele tinha até desistido de ir e eu estava ali, tremendo por nada. Ele deve ser um idiota, pensei. E comecei até a achar um pouco de graça da situação. Eu, tão segura de mim geralmente, inquieta por um primo de outro país que eu mal conheço? HAHAHAHA comecei a rir internamente e fui relaxando, ele com certeza tinha desistido de ir. Ótimo.

Ótimo, até eu virar a cabeça. Um carro tinha acabado de estacionar e lá vinha ele. Alto, com um terno preto, os cabelos bagunçados, de braço dado com a mãe e uma câmera fotográfica no pescoço. Se fosse um filme, essa cena certamente seria em slow motion... Ele vindo, bem na minha direção, com um sorriso tranquilo. Depois a câmera daria um close no meu rosto, nos meus olhos, tão minuciosamente maquiados começando a brilhar e eu ruborizando, como se de repente eu estivesse esquecido de vestir a roupa. Naqueles dois, três minutos, eu soube que estaria perdida. Eu queria fugir, queria gritar, queria nunca ter visto ele.

Aí ele chegou até mim, a mãe dele veio me abraçar e eu falei com ela, desejando que durasse muito aquele cumprimento já que eu não tinha a menor ideia do que falaria com ele. Mas logo acabou, ela virou e estávamos ali, eu e ele. Ele. Ele não desviava os olhos dos meus, e isso pra mim, era mais difícil do que falar, então quando abri a boca, ele disse:

- Your eyes... They're amazing.

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa as mães vieram e nos puxaram para dentro. E então deu-se início a uma história de dois.




terça-feira, 26 de março de 2013

For my babies

Meu bem se foi
Não vai voltar
Em seu barquinho de papel
Onde é que ele estará?

Eu busco por constelações
Mas não há estrelas no céu
Por onde vou me guiar
Quando eu for te procurar?

O tempo corre lá fora
Aqui não passa jamais
Eu sinto quando você chora
Só que estou longe demais

Pequeno grande menino
Não tenha medo do escuro
Se seu barquinho afundar
Há sempre um tesouro escondido
No fundo de todo lugar

sem cor, sem dor, sem riso

eu vi nos olhos dela
um sorriso escondido
e tanta desesperança
com as roupas 'inda na mala
chegara como quisesse voltar

quinta-feira, 21 de março de 2013

Muita calma nessa hora...

- Mas o que houve?
- Você não entenderia...
- Não entenderia o que?
- Que não houve nada... Só que... De repente o mundo perdeu a graça.

Eu disse isso e quis sair correndo. Não era por não aguentar aquela pessoa sentada do outro lado da mesa na minha frente, era só porque estava cansado. Há semanas era só isso que me perguntavam, -Que que há? -Que foi?, cheguei no meu limite. Não que não gostasse da preocupação dos outros em relação ao meu estado de espírito, mas é que ninguém compreende quando eu tento explicar. Tá, tudo bem, acho que eu também não ajudo muito. Mas é que na verdade eu mesmo não sei bem o que tá acontecendo. Acho que tem a ver com o calor. Putz, faz um calor infernal há meses e isso me impede de pensar direito. As pessoas acham que é exagero, mas a verdade é que sinto minha cabeça derretendo, meus miolos fritando... É, é terrível. Acho que deve ter começado aí... Quando a temperatura passou dos 35 graus. Lembro bem quando foi isso, acho que começou naquele dia, que parecia ser um dia normal, até eu sair do meu quarto geladinho. Acordei e assim que saí para ir fazer meu xixi matinal, senti aquele mormaço, aquele inferninho. Fui ver e tava tudo alaranjado, da cor do sol. Credo! Eu tinha jurado à mim que ia no mercado. Queria entrar numa onda saudável e era um dia bom pra comprar frutas. ERA. FOI. Até eu sentir o chão quente e o ar parado, como se no céu tivessem ligado 30 aquecedores e direcionado o calor pra cá. Foi ver isso e desistir, na mesma hora voltei pra cama. Liguei o ar, botei um filme velho no DVD e fim, passei o resto do dia vegetando. Fui dormir com esperança de que o outro dia fosse melhor, aquela veeeelha esperança de que o próximo dia seja melhor que o que está passando. Só que não foi melhor, na realidade piorou. Lá pelo terceiro dia desisti de esperar que a temperatura abaixasse e resolvi, ao pé da cama, que iria curtir o calor, pegar uma praia, sei lá. Porém no outro dia meu desânimo era maior ainda. Tentei ir à praia mas sentia vontade de vomitar toda vez que via aquele pessoal super saudável, feliz virando de um lado pro outro embaixo do sol, como se o sol fosse a melhor coisa do universo. Passei a ter uma certa raiva de quem se divertia naquela temperatura. Daí pra frente parece que só piorou... Pessoas me lembravam sol, sol me lembrava pessoas, tudo me irritava e ninguém entendia como eu ficava cada vez mais recluso. No início eu me sentia meio só, mas com o passar do tempo fui me sentindo mais inteligente. Po, pra que gastar meu precioso tempo com gente? Todo mundo só quer saber de bunda e óculos espelhados... Quero mais é ficar namorando meu cobertor. O problema é que agora eu não sei mais o que fazer. Me apeguei profundamente à minha pessoa e minha casa. Não consigo sair. Meus filmes se tornaram meus melhores amigos e com eles não há discussão. Não sei se isso é mesmo um problema... Às vezes é fase, só fase. Né? Ah, tenho certeza que quando o sol se for eu volto. Né?

- Pronto, aqui tá a prescrição do remédio. É depressão.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Just know I'm right here hoping
That you'll come in with the rain



Quando não há remédio pra falta a gente tenta dormir com a esperança...

sábado, 16 de fevereiro de 2013

I always cry at endings

" A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar"

A vida é cheia dessas... As idas.

Nos insistem em criarmos laços e logo após desfazem as voltas e voltamos a ser só uma linha, esperando ser amarrada mais uma vez. E hora ou outra todos partem e o que resta é queimar a ponta do barbante pra ver se não nos desentrelaçamos da nossa própria linha.
Não sei o que dizer desse ciclo sem fim, de vindas e voltas. Passei por ele milhares de vezes e ainda não me acostumei. Não aprendi dizer adeus. Nem mesmo até logo...
Não sei nem o que se deve dizer em despedidas, não sei qual deve ser a última palavra, nem quanto tempo deve durar o último abraço.

Só sei que o dia insiste em amanhecer mais rápido nessas horas, e depois você acorda pisando em cadarços desamarrados, sem trilha sonora ou uma bela fotografia. E você sabe que vão passar dias e dias, até que aquela falta se aloje no coração e deixe os olhos.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

quem sabe olhando de um telescópio dê pra eu ver seu coração.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ares dos passos

o corpo é um sobrevivente,
assim como a alma
nos ralamos
e logo começa a cicatrização
mas quando, de verdade,
vai cicatrizar meu coração?

as estradas que andamos
nos levaram de nós
nossos passos tão fundos
viraram só passos em vão

a vida só continuou a provar
que não fomos mais que o vento
passou...
e não há mais lugar no espaço
onde possa te encontrar

se eu pudesse criaria outra vida
pra passar te procurando
dentro de cada esquina,
cada canto...
te abraçaria em meio ao pranto,
no plano ou amor
na guerra ou na paz

mas tanto faz...
agora você se foi pra nunca mais
e só ficou o ar
da lembrança a se apagar
dia a dia
rápida como um sonho bom

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

releituras

É sempre tão controverso,
Se for pra falar de amor
Não sei  se o universo
Me encurrala por onde eu vou

A quiromancia me diz
Que em minhas linhas
Não existem os caminhos
Para ser feliz

Mas quando as luzes apago
Eu vejo bem claro o meu coração
Que insiste em acreditar
Que mesmo café amargo
A gente pode adoçar

E nessa espera constante
Só peço um instante
Para lhe dizer,
Que desenho outras linhas
Se as novas trouxerem você




O que vale é o sentimento e o amor que a gente tem no coração

anseio por novos dias
e corações abertos
como janelas no carnaval...
mas ando pelo quarto,
em meio à papéis amassados
de tentativas quase perfeitas
mas tão irreais
quanto os acasos da vida.
é difícil buscar afeição
quando tudo vem com fórmula pronta.

anseio por novos climas,
outras estações
e falta de ritmo...
um pouco de espontaneidade
e cumplicidade
pra se viver independente da situação...
na fila do cinema,
ou em um parque de diversão.
um riso inesperado...

talvez seja isso...
um riso pela manhã,
café sem adoçantes
e um dia sem maquiagem
no aconchego do sofá.

so far...








quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Stay in my memory

Acho que amores impossíveis deveriam ao menos vir com prazo de validade.
Já tomei essa dose tantas vezes, que no meu sangue deve correr mais você que qualquer substância.
Toda minha racionalidade e vontade de conhecer coisas novas se perde quando lembro de nós... E nesse caminho só fica a dúvida do que poderia ter sido. A dúvida e uma esperança absurda que não me larga. Até o céu parece ao meu alcance quando comparado à você. E quem bem me conhece sabe que eu sempre quis tocar o céu.
Ao mesmo tempo que está tão longe, já faz tanta parte de mim o pouco que somos, que só me matando um pouco poderia pôr fim à isso.

Mas vem a pergunta eterna, eu quero pôr fim, ou eu ainda quero remar mais e ver lá na curva o que é que vem?








terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Meu pequeno príncipe,


que pena não ter te conhecido antes e agora você estar indo embora. Fico triste, porque esperava te ver sempre, mas fico feliz confiando que se você decidiu ir, é porque acha que o novo lugar te fará feliz.
E o amor não pode ser egoísta, então onde quer que você esteja, estarei feliz sabendo que você está bem.
Não duvide jamais que você não merece as melhores coisas do mundo. Um barril de Coca-Cola, a trilogia do Senhor dos Anéis, uma música doce, e, sobretudo, o amor. Você merece tudo isso, porque você é uma pessoa sensacional, um menino ímpar.
Por isso, mesmo que tenha sido breve nosso encontro, agradeço muito por ele ter acontecido e eu conhecido você. Você me ajudou demais a voltar a acreditar.
Não mude. Se importar é uma coisa muito rara hoje em dia. Poucas pessoas ainda carregam isso. Então não deixe nunca de se importar.
Outra coisa, não perca a fé. Talvez você ainda não tenha encontrado Deus, talvez vá achá-lo dentro de você, talvez no mar, talvez no coração, ou talvez nunca vá achá-lo do jeito que espera, mas não perca jamais a fé. Acredite no que for com todo seu coração e acredite muito no que ele te disser. Nosso coração é inteligentíssimo, e se não nos separarmos dele, acredito que seremos bem melhores nos caminhos da vida.
Quanto à vida, que você veja ela como um tesouro. Um grande presente a ser explorado... Observe bem suas cores, ande descalço e sinta suas estradas, dê chances a estranhos e escute suas estórias. Não se prive de sentir, de cair no buraco e depois fazer uma escada até o céu. Os buracos fazem parte, e a gente nunca sabe o que pode encontrar neles. Abrace os buracos que aparecerem.
Por hora, não sei mais o que desejar, mas se precisar escreva! Sempre ajuda a clarear a cabeça.
E se o céu estiver escuro, lembre que se eu estivesse do seu lado, te mostraria as estrelas escondidas nele. Tenta sempre procurar estrelas em qualquer escuridão, e se não achar, lembre-se de mim. Estarei aqui.


Um grande beijo, N.